Alberto Costa é CEO da Liderteam, parceiro tecnológico de excelência em Portugal, com mais de 20 anos de experiência na consultoria estratégica e implementação de soluções de gestão à medida, desde o chão de fábrica à área financeira. Para tal, a empresa conta com uma equipa dedicada às componentes mais técnicas de desenvolvimento de software e outra para a área consultiva. 

“Alfaiates da consultoria é o termo mais próximo daquilo que nós fazemos. Em software e em transformação digital”, explica o CEO.

“Um sonho tornado realidade”

Aos 5 anos, Alberto já sabia que queria trabalhar em informática e ter uma empresa sua. A vontade de ter dinheiro para as coisas pessoais levou-o a trabalhar aos 12. Começou a servir à mesa, na restauração e em cafetaria, onde acredita ter criado o cuidado que tem no atendimento. “Não há lugar nenhum onde se crie maior ligação com o cliente e, ao mesmo tempo, tenha um ritmo rápido”, conta o CEO.

Com 17, passou por um estágio curricular num balcão da Caixa Geral de Depósitos, na Póvoa de Varzim. Gostou e aprendeu muito, mas também o marcou ao fazê-lo sentir-se inferior por não ter uma licenciatura. 

Passou depois por uma loja de informática e seguiu-se a única empresa do país que opera na área das molduras, onde implementou todo o software de gestão, na fábrica e numa cadeia de lojas ao longo do país.

“Sou da aldeia, do campo. Filho de pais que trabalham na agricultura. E com todo o orgulho e mais algum. Mas há algo em mim. Desde pequeno, sempre cuidei dos meus dois irmãos. Temos cerca de ano e meio de diferença e eu ficava a tomar conta deles. Há um sentido de responsabilidade: eu dava-lhes biberão quando o comboio passava”, recorda Alberto Costa.

“Ainda hoje, ter 20 pessoas a trabalhar comigo é ter 20 famílias à minha responsabilidade. É assim que as sinto. Qualquer decisão que eu tome não tem impacto só nos meus filhos e na minha família, tem também nestas 20 famílias”.

Diz não saber qual foi o “trigger” para querer ter uma empresa de informática, mas o gosto vem desde a escola. Fez o 12º ano na área tecnológica – uma componente mais profissional – e não frequentou a faculdade. “Ambição” é a palavra que diz resumir a decisão: “seguir o sonho sem sobrecarregar os pais”, conta o líder.

Com uma visão pragmática e humanista, acredita que a tecnologia só faz sentido quando está ao serviço das pessoas e da cultura organizacional

“Neste momento, estamos a passar uma fase de transformação muito rápida. Se era rápido, neste momento é ultrarrápido com a Inteligência Artificial. Qualquer distração de foco nestas mudanças e “perdemos o comboio”. É das preocupações que todas as empresas devem ter neste momento”, alerta o responsável pela Liderteam.

“Aliado a isto, a falta de mão de obra. A IA vem resolver um desses problemas. Defendo que não vai ser um problema para os empregos, pelo contrário. Vai é ser necessária uma requalificação de recursos para trabalharem outras áreas que a IA vai substituir”. 

“O reflexo de uma empresa é a visão do seu líder”

Alberto Costa defende ser fundamental conversar com o cliente. Perceber as necessidades e dificuldades que têm; e de que forma a empresa pode ajudar com as tecnologias de que dispõem – ou, quando não as têm, arranjam. “A dificuldade que existe neste momento é que as pessoas pararam de escutar. 90% do trabalho é ouvir e pensar. A partir daí os outros 10% são linhas de ródio”, diz.

“Quando trabalhamos numa área de serviços, temos de ter muito cuidado com o cliente. É uma experiência que têm connosco. Se for empática, tudo vai fluir. Existe esta dificuldade com os recursos (humanos) que é colocá-los neste nível de cuidado e empatia com o cliente. O esforço que tenho, neste momento, é alinhá-los neste propósito. E para isso, não há outra forma, é trabalhar ao lado deles”. 

“Sou muito exigente com o que entregamos. Se estiver mal feito tem de se refazer. Se não estiver feito de acordo com os níveis de qualidade que quero, tem de ser refeito. Mas ao mesmo tempo tenho este cuidado com a equipa. Temos um ambiente de trabalho descontraído.  Se chegar ao escritório e estiver tudo muito focado, sou a o primeiro a desestabilizar, para depois realinhar. Também é a minha função. São 8h de trabalho, não pode ser só sério, também tem de haver algum momento de descontração”.

“Um líder exemplar é o que ajuda, que cuida. Sou o último a fechar a porta, porque fico a ajudar”

A par da exigência, cuidar e ajudar são dois dos princípios que destaca ter. “Uma colega disse-me: “nunca tive um chefe que se sentasse ao meu lado e ajudasse a fazer. Tu és esse chefe”. Sou a pessoa que se senta ao lado dos colaboradores a fazer. Se sentir uma dificuldade, não passo e deixo estar”. 

Alberto Costa diz ter aprendido muito no dia-a-dia e com pessoas por quem está rodeado. Exemplo do engenheiro Carlos Palhares – dono da Mecwide, gigante da engenharia na indústria metalomecânica -, que considera um mentor há cerca de 21 anos. “Um empreendedor e visionário que faz acontecer”. Destaca também André Pinho, CEO da mesma empresa, “uma ajuda com opiniões mais complexas ou técnicas, com um sentido pouco comum de ensinar”. “Um inspira, o outro é partilha genuína”, conta o CEO da Liderteam.

Durante muitos anos, “dedicou-se a 100% à empresa e deixou de lado o Alberto”. Hoje, diz-se mais moderado e dedica mais tempo ao seu desenvolvimento pessoal. Tem procurado outro tipo de conhecimento, para si e para a empresa; atualmente, está a terminar a segunda pós-graduação em Marketing e em setembro vai começar um MBA.

Conheça a história completa deste “Líder Extraordinário” que, vinte anos depois de ter criado a própria empresa, a Liderteam, preserva o mesmo sentido de responsabilidade do menino que cuidava dos irmãos e a ambição de querer saber e fazer mais: “Tenho sempre o sentido da perfeição e da entrega”.

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